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Arquitetos: RUA Arquitetos; RUA Arquitetos
- Área: 6400 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Leonardo Finotti
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Fabricantes: Serge Ferrari
A varanda como partido
O Golfe é um esporte de precisão e equilíbrio, e assim entendemos sua arquitetura. Sua prática ao ar livre, junto à exuberância dos elementos naturais, inspira a criação de espaços próximos à paisagem, iluminados, amplos e ventilados, em contato direto com o seu campo. O golfe é também um esporte cujo convívio entre os jogadores acompanha sua prática antes, durante e após as partidas, redobrando a importância sobre a arquitetura da sua sede social.
Para sediar o Campo Olímpico de Golfe, optamos então por desenhar um edifício organizado como uma confortável varanda, dissolvendo os limites entre a paisagem, o objeto e os usuários. Para isso criamos inicialmente uma praça que articula os volumes do programa à sua volta junto ao campo, coroada por uma grande cobertura que abriga e sombreia o espaço entre interior e exterior, produzindo uma variedade de situações espaciais e ambientais.
Complementarmente, a proposta utiliza elementos tradicionais da arquitetura brasileira para produzir conforto e apaziguar os espaços entreabertos, como para-sóis, brises e cobogós. A produção e o desenho cuidadoso desses espaços intermediários são, portando, parte indissociável desse partido arquitetônico.
Implantação
A implantação do conjunto que compõe a sede social se dá a partir de algumas premissas principais: sua relação próxima e direta com o campo e o driving range; a fragmentação dos volumes em favor das visadas à paisagem; a mitigação do impacto das construção sobre o solo e sua vegetação; a disposição da arquitetura pelos eixos de circulação e ao redor da praça.
A partir da entrada foi traçado um generoso caminho que se eleva e aponta ao campo de golfe, com vista privilegiada. Através desse percurso são implantados sucessivamente a academia de golfe, o conjunto de sanitários e vestiários, a loja e a recepção, culminando na praça conformada pelas partes administrativas e sociais do clube e que tem um dos lados debruçado sobre o campo de golfe. Sobre ela, a cobertura semi-translúcida captura as águas da chuva e promove sombra para o descanso. Um jardim em seu centro serve como extensão do desenho da paisagem ao redor, que também pode ser apreciado a partir do terraço jardim na laje do restaurante, acessado por uma rampa.
O fluxo habitual dos praticantes do esporte, composto principalmente pelo agendamento à loja Pro-shop, a passagem pelo vestiário e o retorno ao bar após a partida receberam especial atenção no arranjo do projeto.
A sede da confederação brasileira de golfe foi implantada junto ao campo, na porção norte do terreno de maneira a possuir relativa independência de funcionamento das demais partes da sede social.
Os setores de serviço foram implantados conformando um pátio de manobras para operação de máquinas e manejo do campo, de acordo com as diretrizes de eficiência indicadas.
A sede do Clube de Golfe do Rio de Janeiro se afirma através de uma arquitetura generosa, clara, aberta e acolhedora aos atuais e futuros praticantes do esporte.